Como rodar versões diferentes do IE – para Windows, Mac e Linux

Uma das maiores dificuldades para quem desenvolve interfaces – ou seja, escreve html/CSS e programa com javascript – é conseguir testar tudo em diferentes browsers. Todos sabemos que seguir os padrões não é suficiente; se preocupar em seguir o DOM não isentará o projeto de erros (e muito mais).
E uma dos maiores complicadores é quando você quer testar algo em versões diferentes do Internet Explorer, que é ainda o browser mais usado (como falei nesse post). Nativamente, não é possível rodar versões diferentes no IE no Windows. Quanto menos rodar algum IE no Mac ou num Linux.
Mas, existem algumas formas de se fazer isso, ajudando nosso trabalho:

 

IE3, IE4, IE5, IE5.5, IE6 no Windows (MultipleIEs)

Permite você instalar todas as versões da 3 até a 6, e rodar ao mesmo tempo. Baixe aqui.
Você pode baixar aqui a versão 7 para usar com o MUltipleIEs.

 

IE5, IE5.5, IE6 no Mac – ies4osx

A maneira mais produtiva seria instalando o Parallel ou uma VMWare, mas esses são aplicativos pagos. De graça, o ies4osx permite você instalar todas as versões da 3 até a 6, e rodar ao mesmo tempo. Veja aqui como fazer download, instalar e configurar

 

IE5, IE5.5, IE6 no Linux – ies4linux

Semelhante ao ies4osx, aqui você pode baixar um instalador das versões 5, 5.5 e 6 do IE para o Linux e ver como configurar.

Para o Linux, existe ainda a possiblidade de você usar uma VMWare e instalar versões do Windows. Uma VMWare te dá, resumidamente, a possibilidade de rodar instâncias de outros sistemas operacionais numa máquina virtual dentro de outro SO. Atualmente, eu tenho usado essa aqui, rodando o Windows XO dentro do Ubuntu 8.04, e funciona que é uma beleza.

Software livre como posição estratégica de uma nação

Estava folheando algumas revistas antigas, quando me deparei com uma de 2003 sobre Java, e me deparei com uma matéria falando de como o governo brasileiro prometia à época investir em software livre. Muito tempo se passou já – talvez nem tanto na política, mas no mundo digital sim – apesar de algumas coisas terem se tornado realidade, a maioria jamais aconteceu.

Não vou aqui ficar falando dos benefícios do software livre puramente, mas sim tentar levantar algumas idéias de porque ele é importante para um país em termos políticos e ecônomicos.

Em termos econômicos, acontece que o Brasil é importador de quase todo software comercial usado por aqui (produzimos muito pouco, isso sem falar que absolutamente 100% dos sistemas operacionais comerciais são de fora), o que trás um enorme déficit na balança comercial tupiniquim. Pra ter uma idéia, usando números de 2006, uma licença de Windows XP valia o mesmo que 25 caixas de laranja exportada para os EUA. Softwares mais específicos, como os aplicados nas áreas de engenharia, chegam a equivaler a toneladas de frango.
Vale ainda reforçar que, com a constante evolução tanto dos hardwares (que possibilitam softwares mais complexos) quanto dos softwares (novas metodologias aparecem, idéias são criadas, paradigmas são quebrados), as atualizações são constantes – e elas custam dinheiro.

Do lado político, não faz sentido um país ser totalmente dependente de tecnologias privadas. E esse desparate só piora se formos ver que, novamente, essa tecnologia usada na base de todo sistema ligado à informática no país é de empresas que não possuem o menor vínculo com a nação. Um país deve conseguir ser auto-suficiente na maior parcela possível de todos os seus meios de produção; da mesma forma que a matriz energética deve ser toda dominada, quanto a produção e distribuição de alimentos e água, deve ser também capaz de entender a sua própria "tecnologia digital" e ser dona de todo o sistema. Porque? Independência. É necessário ser independente de qualquer forma privada de domínio tecnológico.
 

É de responsabilidade do governo fomentar o crescimento do software livre no país; num primeiro momento pode parecer uma idéia que visa apenas beneficar os geeks, as instituições de pesquisa ou ser apenas uma maré de anti-imperialismo yankee; mas, no fundo, é uma ótima saída tanto econômica quanto de soberania.

Obs.: e seria uma grande falácia falar que o software proprietário é o mal de tudo e que deveria sumir. O software proprietário é importante; muitas grandes corporações vão sempre se utilizar dele por uma questão de confiança (ter alguém, um nome, para quem reclamar, em caso de problemas) ou de qualidade (ou alguém duvida que o AutoCAD ou o Photoshop são ferramentas de alto nivel e que tem concorrentes à altura no mundo livre, ainda?)

Compiz Fusion

Todo usuário do Linux deve ter ouvido falar do Compiz Fusion, a fusão entre o Beryl e o Compiz. Beryl e Compiz eram projetos da comunidade com o mesmo propósito: ser um gerenciador de janelas e desktop (conhecidos como composite window manager) que permite inserir efeitos e alterar a interface gráfica. Num certo momento, os "cabeças" de ambos projetos perceberam que ambos tinham a mesma finalidade e que seus avanços estavam indo devagar demais, então resolveram juntar os dois projetos e criar o Compiz Fusion. A primeira versão fi lançada em Agosto de 2007.

Compiz Fusion

Veja abaixo um vídeo do que o Compiz Fusion é capaz de fazer, ele é auto-explicativo 🙂

O Compiz Fusion é ideal para quem quer customizar a interface gráfica do Linux, seja para ganhar uma usabilidade maior – um dos chamarizes é a opção de você criar o seu desktop em forma de cubo, ganhando 4 áreas de trabalho, ou poder colocar uma dock semelhante à do Mac, ou ainda usar efeitos que deixam seu trabalho mais divertido.

Dock
Exemplo de uma dock que pode ser usada com o Compiz Fusion

O Compiz Fusion hoje em dia trabalha muito bem em cima tanto do Gnome quanto da KDE. Tutoriais na net de como instalar, existem em profusão, informando como fazer para cada versão de cada distro. Minha experiência é de ver o Compiz Fusion rodando no Ubuntu e no Redhat, e a performance vem melhorando a cada release. (Obs.: uma placa de vídeo de 256mb já da conta). E vale ressaltar também que, sendo um projeto da comunidade e que é muito procurado pelos usuários, atualizações são constantes: bug fixes e novos plugins são disponibilizados com uma velocidade incrível 🙂

Do Windows para o Ubuntu

Certo dia, anos, resolvi usar linux. Eram muitas distros diferentes, pouca informação na web, e muita confusão.
Fui instalar, e… nada funcionava. Acho que instalei o Red Hat (não me lembro qual release): demorado, complicado, a interface gráfica pesada demais.
Deixei de lado, pois não tinha tempo na época de ir a fundo e me dedicar a usar um novo sistema operacional.

E o tempo foi passando, e jamais que eu encontrei esse tempo. Até que, por indicações de amigos e vendo muitos artigos na web, me deparei com o Ubuntu. Uma distro do linux que promete, entre outras coisas, primar pela usabilidade e acessibilidade (independente do país e língua de origem do usuário), ser de fácil uso para os usuários domésticos (prometendo uma fácil adaptação para quem vem de outros sistemas operacionais) e ser totalmente livre – e grátis.

Quando fui instalar, já vem a primeira surpresa. Você pode baixar do site (que, inclusive, tem versões em várias línguas – versão em português-br) ou pedir para enviarem o CD de instalação para sua casa. Tentei a segunda opção e, voilá, 1 semana depois estava o CDzinho em casa pronto para eu usar.

A instalação é simples (tão quanto a do Windows) e mais rápida.
Tudo muito fácil de configurar, intuitivo, e já vem por instalados padrão com navegadores (Firefox e Opera), editores de texto, planilha, etc… (Open Office), players de vídeo e música, e muito mais.
Um ponto muito positivo é que, se você precisar instalar um novo software, não é necessário baixar o arquivo de um site ou ftp, rodar um script de instalação, configurar, etc… só é necessário escolher em um gerenciador de atualizações novos softwares a serem instalados, e o próprio Ubuntu faz o trabalho de ir ao servidor, buscar, instalar e tudo mais. E, também, procurar no futuro atualizações.

Com tudo isso, para quem é desenvolvedor web – deixando de lado aqueles que usam tecnologias proprietárias (leia-se Microsoft na maioria dos casos)-, acabou aquele problema de usar uma cópia pirata do Windows, uma outra pro Photoshop, outro do Office, outra do Macromedia Studio, e por aí vai…

Algumas ressalvas apenas:
– se você é desenvolvedor Flash, não há o que fazer. O choro é livre, e ter o Macromedia Flash é essencial.
– quer testar as seus sites no IE? Existe um aplicativo chamado IEs4Linux, que pode ser baixado aqui. Funciona bem, mas só tem até a versão 6. Há um tutorial nesse site, http://webexpose.org/2007/01/07/internet-explorer-7-on-linux/, explicando como expandir o IEs4Linux para o IE7. Testarei em breve (prometo cumprir essa promessa!).

Existe, ainda, a opção de rodar o Windows através da Virtualbox, dentro do Linux. Nunca usei, sei apenas que é necessário ter uma boa máquina (e quando digo boa, quero dizer uma excelente máquina) e uma versão original do Windows…

Resumindo: se você usa Windows e desenvolve para web e já está acostumado a usar tecnologias livres (PHP, Java, Ruby), migrar para o Ubuntu é muito pouco traumático e é interessante – até para conhecer novas ferramentas e novos recursos 🙂